ÉRAMOS FELIZES E NÃO SABÍAMOS
A verdadeira posição da mulher na sociedade mudou, radicalmente, dos tempos idos aos dias de hoje. Tudo começou com a exploração da sua imagem em anúncios, como se ela fosse um objeto qualquer. Em contrapartida, ela própria contribuiu, e muito, para a sua desvalorização, independente das suas condições sociais.
Esse jargão de “mulher falada e de rua”, se comparado aos novos valores atribuídos à mulher, não passa de frase feita e em desuso.
A mulher se mostrou demais, deu-se demais, e por que não falar vulgarmente, ”vendeu-se muito barato”. Há até quem fale, opondo-se a esta condição:” Morro na peça, mas não me vendo à retalho”. Ela perdeu muito dessa prerrogativa só a ela concedida, e até o seu lugar que é inerente à sua feminilidade, para o homossexual masculino, em certos aspectos: enquanto a mulher se masculinizava, o homem, cada vez se feminilizava.
Ela começou trocando o salto alto por um tênis, as saias de sedas finas pelos “jeans” e se desnudando, cada vez mais e, consequentemente, acabou esquecendo a grande arma que era a sua capacidade de sedução, isto sem contar que, quem dita a moda de hoje são estilistas franceses ou ingleses que, na maioria, são homossexuais, que, lá no íntimo, desejam a mulher sem atrativos, a fim de diminuir a competição, isso foi fazendo com que o homem na sua essência, gosta de descobrir o que está mais escondido, ou seja, o mais difícil, de tanto se deparar com mulheres desnudas, naturalmente foi perdendo o interesse, e consequentemente, mudando suas preferências sexuais para dar asas às suas fantasias. Daí o porquê de tantos homens “héteros” se envolvendo com homossexuais.
O homem, por sua natureza, era um caçador e, agora, passou definitivamente à condição de caça. Nesse caso, faço minhas as palavras de Oscar Wilde: “Os homens foram feitos para correrem atrás das mulheres”. À medida que se invertiam os papéis, o homem foi adquirindo mais valor sobre si, a ponto de muitos não se preocuparem tanto com a sua própria imagem física e com a sua condição de conquistador. Enquanto as mulheres perdem horas se maquiando em frente ao espelho, nas academias,cultuando o seu corpo, o homem em sua maioria está cada vez menos preocupado com a sua aparência física, muitos não se importam se estão obesos, desleixados com a sua própria higiene,se novos ou velhos,porque a procura pela sua espécie é maior do que a oferta e, quando ainda ficam idosos,trocam suas mulheres por jovens com o terço da sua idade.Com isso as mulheres vão ficando cada vez mais sozinhas e em desvantagens.
Se entrarmos à noite em restaurantes ou bares, nos deparamos com cenas das mais grotescas e deprimentes: vemos ao nosso redor, mesas abarrotadas de mulheres, tanto de jovens quanto de meia idade, à caça e , quando vemos casais, a maioria é de homens da faixa etária acima dos cinqüenta anos acompanhados de adolescentes. Os maridos de hoje, já não respeitam mais as suas esposas, a mãe de seus filhos; este é o resultado da degenerescência das famílias.
Com este quadro atual, da condição da mulher na sociedade, poderemos concluir que, sua emancipação lhe trouxe desvantagens e mais cobranças e por que não dizer, prejuízos irreversíveis à sua condição. Mais cobranças impostas às mulheres, ao ter necessidades de conciliar trabalho fora de casa, com serviços domésticos, educação dos filhos e a sua própria obrigação de esposa, e ainda, contribuir com a renda familiar. Tudo constituiu prejuízo, porque, na sua fragilidade natural, se expõem muito mais, daí o índice bem maior, agora, de mulheres com problemas cardíacos, estresses, dentre outros, antes “privilégios” que eram, quase exclusivamente, dos homens.
Éramos felizes e não sabíamos...
Crônica de Zinah Alexandrino
In: Revista Jangada-Fortaleza,março de 2003