domingo, 9 de setembro de 2012
SAUDADES DO NUNCA MAIS 
             Hoje, só respiro saudades... Despertei com saudade de tudo: do amanhecer, da ciranda das borboletas nas flores, do hoje, do amanhã, do depois, da “minha infância querida”, do jogo do contente do livro “Pollyanna” de Eleanor H. Porter...
        Do pé de laranja lima, do balanço debaixo do pé de sapoti da casa de minha avó, das histórias de trancoso, de onça pintada, de princesas, de príncipes  encantados, das mentiras de  Pedro Malazarte. Dos banhos de bica das chuvas de verão, das enchentes da cidade onde nasci, do meu primeiro dia na escola, da primeira paixão, da primeira desilusão, a última. Do tempo quando me descobri  tecendo versos, e dos primeiros que li quando tinha sete  anos, os de Casimiro de Abreu: Meus Oito Anos “: Oh! Que saudades que  tenho / Da minha infância querida.../Da aurora da minha vida”...  Saudades do meu “primeiro rasgo de poeta”, do meu  primeiro poema escrito, do meu primeiro conto, dos poemas de Augusto dos Anjos, dos contos de Edgar Alan Poe(dos corvos), dos contos  fantásticos de Ernest Hemingway e dos seus  gatos, de Sherlok Holmes e do seu “Elementar, meu caro Watson!”, de  Arthur  Conan  Doyle , dos romances  açucarados de Bárbara Cartland. De ouvir a música Sweett Memories de Ray Charles, de Monn River de Louis Armstrong. Saudade de ter tido um amigo, de ter por ele me apaixonado, do meu exílio espontâneo dentro de quatro paredes do meu quarto de adolescente, quando me trancafiava para ler escondido revistas de novelas em quadrinhos. Do que já fui, do que não fui, do que eu poderia ter sido, se não fossem minhas escolhas erradas...Nossa! Vou pontilhar por aqui meu saudosismo, porque já estou com saudades até do dia em que escrevi essa crônica.
Saudades, até do nunca mais!
Por Zinah Alexandrino
Assinar:
Postar comentários (Atom)

 
3 comentários:
Lindo, Zinah! Também sinto dessas saudades de tudo...
Princesa Zinah...você escreve de um jeitinho delicioso. Adorei ! Zinei !
Beijinhos.
Tem dias que a gente acorda com saudade de tudo, você descreveu muito bom.
Postar um comentário