quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

AS TURBINADAS


AS TURBINADAS

A maioria das mulheres se acham feias, acima do peso ideal,

encalhadas... E por aí vai. Até que um dia são descobertas por

alguém que lhes diz: você é linda! E, de repente, ela se olha no

espelho, como se fosse pela primeira vez, e se diz: Não é que ele

tem razão...!

Tudo na vida é uma questão de convenção. Convenciona-se

tudo: a moda, os costumes, até as condutas. Mas, voltando ao

início, quando eu falava de beleza... essa foi a mais convencionada.

E o padrão de beleza da mulher, hoje em dia, na visão de um bom

esteta, deixa muito a desejar... A mulher magra, esquálida, sem

peito e sem bumbum é o tipo ideal para as passarelas da moda,

enquanto as demais tentam ser magras, com protuberâncias

apenas em dois pontos estratégicos; e, como é difícil conciliar o

paradigma estético ideal, apela-se para a lipo, o silicone, etc. Daí é

que surgem as “turbinadas”, as adeptas da musculação que, não

contentes com os resultados dos exercícios, utilizam-se de

anabolizantes e, com isso, chegam a descaracterizar

completamente sua anatomia feminina; aumentam tanto a

musculatura que parecem seres andróginos. E olhem que o

termo “turbinado” era designado a motores de automóveis,

aeronaves...

Muitas mulheres, com ajuda de alguns artifícios, tais como

metacrilato, botox, fios de ouro, e lentes coloridas, perdem

completamente a originalidade de suas feições faciais, a ponto de

não se poder mais definir seus traços familiares. Algumas chegam

mesmo a parecer com seres alienígenas, desses saídos das

páginas de algum livro ou filme de ficção científica. Antigamente,

reconhecia-se uma pessoa por certas características hereditárias;

falava-se assim: os olhos são do pai, o nariz é da mãe, e a boca, da

avó... Hoje em dia já se fala dessa maneira: O nariz é metacrilato, a

boca é botox, e os olhos são bausch & lomb (lentes de contato).

Quão bom seria se essas mulheres se lembrassem de priorizar, em

primeiro lugar, o cérebro em vez de preocuparem-se tanto com o

visual externo! Mas, tudo isso é decorrente dessa inversão de

valores, em nossa sociedade individualista e consumista, que nos

induz a fazer escolhas que nem sempre é o que realmente

queremos ou o de que precisamos. O ideal seria que cada pessoa

seguisse seu próprio estilo, sem rótulos, e vivesse sua vida

desapegada daquilo que é convencionado pelas massas, como a

moda, a música, o vestuário, dentre outros.

Por Zinah Alexandrino-texto publicado na sexta Antologia da AJEB-CE-Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil-DEZ/2010

2 comentários:

Anamélia Custódio Mota disse...

Valeu Zinah! Parabéns pelo artigo.

Unknown disse...

Um retrato exato da preocupação exagerada e doentia com a estética! bjs Obrigado pela confiança ao me seguir!